RESUMO
Os pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço realizam tratamento, de radioterapia podendo ou não estar associados à quimioterapia e/ou cirurgias. A qualidade de vida dos mesmos é afetada em função dos efeitos colaterais causados pelos tratamentos. Mucosite, hiposalivação, perda do paladar, trismo e osteorradionecrose são os efeitos colaterais que mais acomentem os pacientes em tratamento para câncer de cabeça e pescoço. A osteorradionecrose é considerada um evento tardio e a maior complicação pós tratamento de radioterapia. Foi realizada uma busca sistemática nas bases de dados eletrônicas MEDLINE / PubMed, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Web of Science, Open Gray e busca manual, sem restrição de idioma e tempo. Os critérios de elegibilidade foram os seguintes: 1) ser revisão sistemática; 2) abordar sobre os efeitos orais e complicações após quimioterapia e/ou radioterapia em pacientes adultos portadores de câncer de cabeça e pescoço e 3) RS baseadas em estudos clínicos prospectivos/ retrospectivos e ECR (estudo clínico randomizado). A elegibilidade foi determinada de acordo com os critérios de exclusão para:1) RS que descrevessem a o tratamento para as sequelas da ORN; 2) as RS baseadas em relatos de casos ou estudos in vitro sobre ORN; 3) ORN em ossos não gnáticos (temporal); 4) não abordarem sobre incidência, tratamento ou prevenção da ORN e 5) revisão da classificação da ORN. Foram identificados 1321 artigos, mas apenas 13 foram considerados elegíveis. A fase de elegibilidade, qualidade metodológica (AMSTAR 2) foi conduzida por dois examinadores independentes e calibrados (RMS e GS), e um terceiro examinador (MSANM) foi consultado para a resolução de incongruências. O número de pacientes avaliados para o desenvolvimento de ORN ao longo do tratamento foi 33.762 sendo que desses, 2.094 desenvolveram a lesão, representando uma incidência de 6,2%. Quanto a localização a mandíbula é o local de maior acometimento. A exodontia após a radioterapia foi apontada como o maior fator causal para o desenvolvimento de ORN. A abordagem de tratamento para a ORN com pentoxifilina e tocoferol demonstrou eficácia superior em relação ao uso de antibioticoterapia e câmera hiperbárica. Baseado no risco de viés, é baixo o nível atual de evidência para as abordagens preventivas e curativas da ORN.
Assuntos
Osteorradionecrose , Revisão Sistemática , Neoplasias de Cabeça e Pescoço , RadioterapiaRESUMO
AIMS: Evaluate the existing evidence of osteoradionecrosis (ORN) treatment in adults with head and neck cancer, the methodological quality and the evidence grade within systematic reviews (SRs). METHODS: An extensive systematic literature search of SRs that addressed ORN in head and neck cancer patients was conducted with screening of eligible studies, data extraction, methodological (AMSTAR 2) and evidence quality assessment (GRADE) of the SRs by independent and calibrated authors. RESULTS: A total of six SRs were enrolled. Based primarily on studies from the 1990s, there is critically low- or moderate-quality evidence that hyperbaric oxygen therapy (HBO) improves ORN healing. From 2005 onward, evidence has been discovered in relation to treatment with pentoxifylline and tocopherol (PENTO). The SRs indicate that the management of ORN with PENTO appears to be promising. The greatest rates of healing are seen in mild and moderate stages of ORN. However, the quality of evidence regarding PENTO, surgery and other treatments remains critically low. CONCLUSION: There is no standardized protocol to treat ORN. PENTO appears to be the most promising conservative treatment; however, the current level of evidence regarding PENTO is still critically low. More robust clinical studies are needed to establish the best treatment for ORN.
